De nosso amor e loucura...

Alguns de nós, eu inclusive, já vimos acalentando a ideia de criar este blog. Fazemos, de certo, parte de um grupo que não se entende como apenas professor, pessoas que criam contos, crônicas, novelas e têm receios de expor suas produções. Somos loucos... loucos pelo ócio mais trabalhoso que existe: escrever Utilizamos as palavras de Clarice Lispector para definir nossa loucura... "Escrevemos porque somos desesperados e estamos cansados, não suportamos mais a rotina de nos ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, nós nos morreríamos simbolicamente todos os dias."

sábado, 21 de abril de 2012

Sobre Dante


Auerbach afirma que Dante, autor da magistral obra poética "A divina comédia", foi praticamente ignorado no barroco e no iluminismo, mas foi redescoberto pelos românticos. Inicialmente pelo pré-romântico Vico e depois por Herder, escritor alemão que sedimentou a mentalidade romântica. O ensaísta Auerbach chega mesmo a afirmar que o filósofo iluminista Voltaire chegou a zombar do estilo dantesco, devido aos exageros de sua linguagem. Semelhante a Homero, Dante escrevia também sobre batalhas, sobre a belicosidade manifesta por grupos humanos; aliás, as guerras entre etnias e países nos chegam pelos noticiários a todo momento. O grande escritor italiano relata também o sofrimento humano no inferno, a meu ver, solidificando estruturalmente a cultura religiosa cristã, que assemelha inferno, castigo e culpa.
Diante do paradoxo racionalidade e sensibilidade, temos que a grandiosidade de Dante é atemporal, e mesmo não estando em evidência por um longo período, o escritor toscano foi redescoberto pelos cultivadores da subjetividade e do sofrimento. O grande representante das letras italianas chega ao século XXI como um criador artístico de marca maior, encantando leitores e o mundo acadêmico.
Josemilson Mélo
abril de 2012

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