Auerbach afirma que Dante,
autor da magistral obra poética "A divina comédia", foi praticamente
ignorado no barroco e no iluminismo, mas foi redescoberto pelos românticos.
Inicialmente pelo pré-romântico Vico e depois por Herder, escritor alemão que
sedimentou a mentalidade romântica. O ensaísta Auerbach chega mesmo a afirmar
que o filósofo iluminista Voltaire chegou a zombar do estilo dantesco, devido
aos exageros de sua linguagem. Semelhante a Homero, Dante escrevia também sobre
batalhas, sobre a belicosidade manifesta por grupos humanos; aliás, as guerras
entre etnias e países nos chegam pelos noticiários a todo momento. O grande
escritor italiano relata também o sofrimento humano no inferno, a meu ver,
solidificando estruturalmente a cultura religiosa cristã, que assemelha
inferno, castigo e culpa.
Diante do paradoxo
racionalidade e sensibilidade, temos que a grandiosidade de Dante é atemporal,
e mesmo não estando em evidência por um longo período, o escritor toscano foi
redescoberto pelos cultivadores da subjetividade e do sofrimento. O grande
representante das letras italianas chega ao século XXI como um criador
artístico de marca maior, encantando leitores e o mundo acadêmico.
abril de 2012
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