De nosso amor e loucura...

Alguns de nós, eu inclusive, já vimos acalentando a ideia de criar este blog. Fazemos, de certo, parte de um grupo que não se entende como apenas professor, pessoas que criam contos, crônicas, novelas e têm receios de expor suas produções. Somos loucos... loucos pelo ócio mais trabalhoso que existe: escrever Utilizamos as palavras de Clarice Lispector para definir nossa loucura... "Escrevemos porque somos desesperados e estamos cansados, não suportamos mais a rotina de nos ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, nós nos morreríamos simbolicamente todos os dias."

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pax Romana


Erich Auerbach, no seu livro Ensaios de Literatura Ocidental, relata que Virgílio, poeta do Império Romano, pregava que os povos ao redor do Império teriam um destino sob a égide da Providência e apascentado pela pax romana, isto é, sob o jugo do Império Romano. Segundo palavras do próprio Auerbach, "Virgílio fora o poeta do Império Romano; substituíra o velho sentimento patriótico romano, preso aos limites da cidade-estado e às virtudes do camponês itálico, pela ideologia da missão universal de Roma". Bem se vê que cânones da cultura ocidental desde há muito estão interligados ao exercício do poder e desenvolvem pensamentos, conectando misticismo ou religiosidade ou algo semelhante à belicosidade e outras esferas de ação que consolidam o poder.
Transplantando isso para nosso tempo, certamente encontraremos aqui mesmo em Pernambuco setores ligados à expressão artística e literária com intimidade com o poder, articulando ações práticas que possivelmente consolidam até possíveis abusos de poder, mesmo que não tenham nem a glória nem o prestígio de um Virgílio.

Josemilson Melo
Abril de 2012

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