Goethe
viajou para a Itália em 1786 e retornou a Weimar em 1788 . Márcio
Seligmann-Silva no seu livro "O local da diferença" relata que a
viagem foi também um ato de revolta contra o ideário do movimento Sturm und
Drang, de Herder e Hamann, além de ter sido
um encontro com a antiguidade clássica, uma antiguidade idealizada,
encontrada concretamente em solo italiano. Seligman-Silva afirma também que o
lema de Horácio ut pictura poesis (a
poesia é como a pintura) é o fio condutor do escritor alemão e, como leitor e
tradutor de paisagens, busca retraduzir as obras clássicas para a paisagem que
as inspirou.
Quando
deparou com o Lago de Garda, lembrou-se de um verso de Verso de Virgílio e
afirmou que era "o primeiro verso latino cujo conteúdo se faz vivo" e,
quando visita a Sicília, afirma que naquele momento a Odisseia de Homero
tornava-se uma palavra viva para ele. O encontro com a antiguidade foi também
um renascimento pessoal do escritor, que afirmou "considero o dia que
cheguei a Roma como a data do meu segundo nascimento, de um verdadeiro
renascimento".
A
Itália proporcionou ao grande escritor germânico um reencontro com o
classicismo, além de uma excelente; isto e aquilo foram importantes na produção
literária posterior do escritor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário