Em seu livro “A morte da
tragédia", George Steiner junta o nome de Shakespeare ao de Homero,
Ésquilo, Jó, Isaías e Dante como ápices solitários do espírito humano. Steiner
relata que o grande escritor francês Victor Hugo, quando exilado na ilha de
Jersey, escreveu um livro denominado William Shakespeare em homenagem ao
dramaturgo inglês.
Shakespeare foi ignorado e às
vezes até ultrajado pelo neoclassicismo francês. Voltaire o considerava um
bárbaro desconhecido com raros clarões de energia primitiva, e Diderot o
reconhecia como grande escritor, mas
considerava sua obra amorfa. Shakespere foi iconoclasta e quebrou a doutrina
neoclássica da unidade. Os românticos espelhavam-se na ousadia do bardo e
misturavam o cômico e o trágico, introduzindo personagens grotescos no drama. O
teatro francês foi surpreendido com temas e personagens que não pertenciam à
esfera do sublime.
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