Li
há alguns dias uma crônica de Cortázar sobre o grande Louis Armstrong. Ele se
apresentou em Paris nos anos 50, e Cortázar descreve maravilhado o que
presenciou. Sim, o mundo era outro. A Europa vivia um processo de
reestruturação pós-guerra, mas Paris continuava encantadora e cosmopolita, e a
cidade onde americanos do Sul e do Norte encontravam-se.
Mas,
e Armstrong? Armstrong permanece conosco, ainda nos dias de hoje, com uma
música que mostra a força de uma raça, de uma etnia e a grande capacidade criativa
de um povo, de um homem. A Europa, branca e preconceituosa, curvou-se à
criatividade, à sensibilidade, aos acordes estranhos executados por negros de
matriz africana.
Cortázar
viveu um momento único quando assistiu ao show de Louis e, extasiado, não se
conteve e documentou aquele momento mágico.
Cortázar
e Louis já não estão entre nós. Só nos resta ouvir a boa música de Louis e ler,
do outro, os magistrais livros.
Josemilson Melo
15 de março de 2012
doctor sempre doctor.adorei
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